Por Bruna Batista - 25 maio 2020 - 7 min
Com a necessidade de isolamento social e a suspensão das aulas, muitas escolas recorrem às tecnologias para prosseguir com a transmissão dos conteúdos e dar continuidade ao o semestre letivo. As ferramentas tecnológicas são excelentes para criar conteúdos interativos e atrativos, mas o papel do professor e da orientação educacional, em um momento tão incerto, são fundamentais. “Vamos criar conexão com as famílias?” foi o tema da live organizada pela SOMOS Educação, em parceria com o Líder em Mim (LEM), um programa focado no desenvolvimento das competências socioemocionais.
Não são apenas os alunos que sofreram com a mudança na rotina. Pais e responsáveis também precisaram adaptar o dia-a-dia para essa nova realidade – e isso está longe de ser uma tarefa fácil. A escola, nesse momento, pode se apresentar como uma grande aliada, oferecendo orientação e dicas para superar os desafios.
Na live, Marco Antônio Ferraz explica que nas circunstâncias em que estamos vivendo, a relação entre família e escola ganha uma outra importância, sobretudo no processo de ensino-aprendizagem dos estudantes.
Nesse post, trouxemos alguns destaques dos temas tratados na transmissão. Confira!
A pandemia e a necessidade do isolamento social afetaram diferentes áreas da vida. A educação, sem dúvidas, foi bastante impactada. Com o objetivo de evitar a disseminação da doença, as aulas precisaram ser suspensas em diversos países do mundo.
Com o objetivo de auxiliar as instituições de ensino durante o período de isolamento a prosseguirem com o atendimento do maior número possível de alunos, a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, a Unesco, publicou uma lista com recomendações. As indicações e como elas poderão ser aplicadas, dependem do tipo de ensino e dos recursos que a escola tem a disposição, contudo, as recomendações da Unesco podem servir como um guia geral para todas as instituições.
Marco Antônio Ferraz relembra na live que, dentre as recomendações, é indicado que os desafios psicossociais sejam priorizados. Ele trata da recomendação de número 4, que propõe:
4. Priorizar desafios psicossociais antes de problemas educacionais
Conectar professores, alunos e pais é uma estratégia imprescindível para assegurar interações humanas regulares e facilitar medidas de cuidados sociais, além de entender e resolver desafios originados pelo isolamento.
A recomendação nos relembra da importância da formação de vínculos e da conexão entre a equipe escolar e as famílias. Essa conexão tem um papel fundamental na continuidade do ensino de jovens e crianças que, agora, assistem às aulas da sala de casa. Os pais ou responsáveis por esses estudantes é que estão lá para auxiliá-los. Esses pais, contudo, também tem tarefas e afazeres que precisam cumprir. Por isso, a família precisa criar uma rotina e uma estruturação que seja possível e viável para todos.
Um dos documentos centrais da educação brasileira, a Base Nacional Comum Curricular, BNCC, posiciona as habilidades socioemocionais dentre as principais competências a serem desenvolvidas no ensino. Em um momento atípico como o que vivemos atualmente, o domínio dessas competências demostra, ainda mais, a sua importância. Afinal, o desenvolvimento de habilidades como resiliência, paciência, e compaixão facilitam a compreensão das circunstâncias.
Portanto, a escola e a família precisam criar canais de contato que tornem possível o auxílio da orientação educacional. Oferecer a possibilidade de ouvi-los e entender as dúvidas que o momento apresenta é importante para compreender o público da escola e quais são suas dúvidas e anseios. E, a partir dessas informações, a instituição pode criar planos para resolvê-los. Nesse momento, mais que nunca, conversar e estabelecer laços é essencial para lidarmos com a situação. Ainda que a escola não seja capaz de atender a todas as demandas das famílias, ainda é importante que saiba quais são.
A boa comunicação e o relacionamento são questões que precisam ser trabalhadas sempre e realizada de forma sensível, com foco no aluno e sobre como tem sido o seu processo de aprendizado nesse momento. Seja com dicas de organização da rotina de estudos, atividades lúdicas e educativas, orientações para lavar às mãos e uso de máscara.
Essas são ações simples que, por menor que possam parecer, demonstram um cuidado com a família, mas podem ser também uma forma efetiva de ajuda. Os pais e responsáveis também sentem dúvidas sobre como organizar a nova rotina, como readaptar a vida para as novas condições que foram apresentadas, em alguns momentos podem também se sentir perdidos. Por isso, ao se colocar à disposição para ajudar, a escola deixa claro que essas dúvidas são válidas, importantes e que existe alguém que vai ouvi-los e tentar ajudá-los.
Precisamos nos lembrar que, nessas relações, estamos falando de seres humanos, pessoas concretas com dúvidas e dificuldades como qualquer outro. Portanto, para esse familiar, o contato para perguntar como tem sido o período de isolamento, como os filhos estão indo com os estudos e demonstrar interesse pelo bem-estar da família, pode ser um diferencial fundamental.
O trabalho de ações e abordagens que consideram o ensino socioemocional são ainda mais importantes agora, para que toda a comunidade escolar tenha abertura e a liberdade de falar sobre como estão se sentindo. Essa abordagem demonstra o compromisso com a família, e dá aos pais confiança para enfrentar a nova rotina.
A literatura é uma grande aliada nesse processo, por apresentar a quem lê a possibilidade de entrar em contato com um novo mundo, novas vivências e experiências. Torna-se possível ter contato com uma forma completamente diferente de lidar com situações e circunstâncias sem sair de casa.
Separamos nosso material com 10 livros para trabalhar as habilidades socioemocionais previstas na BNCC que pode ser bastante útil ao planejar atividades para o período de quarentena! Baixe gratuitamente: