Como ocorre em qualquer colégio, a vida escolar acaba gerando as famosas “panelinhas”, os namoricos e as rixas entre os estudantes. No Urbano, a coisa não foi diferente. Três casais formavam a melhor equipe da classe, até que as desavenças amorosas puseram em xeque o desempenho da ala masculina de um dos nonos anos. Narrada em terceira pessoa, a história apresenta texto rico em referências históricas e literárias, além da linguagem, enriquecida pelos recursos poéticos. Palavra da autora: “O que me inspirou a escrever este livro foi uma pesquisa do IBGE noticiada na televisão a respeito de um fato inédito no Brasil dos últimos anos: o de estarem entrando mais mulheres do que homens nas universidades. Quis trazer esse fato para o cotidiano do jovem, pois o que a mídia veicula a respeito da nossa realidade muitas vezes é visto como se estivesse acontecendo em outro sistema solar. Falar de meninas estudando mais que meninos (num país em que o voto feminino tem menos de cem anos e em que a admissão de mulheres no ensino superior é recente) é, sem dúvida, tocar no assunto maior do papel do homem e da mulher na sociedade atual, com suas respectivas mudanças de comportamento e atitudes que afetam tradições arraigadas em nossa cultura. Sim, sim, ao retratar as ‘panelinhas’ do ambiente escolar, foi pensando em ‘panelonas’ por detrás, e querendo dar o que pensar”.
