O que é design?

Por Nathalia Laia - 03 nov 2021 - 4 min

Como dizia Paul Rand (designer gráfico moderno norte-americano): “Tudo é relativo, o design é relação”. 

Falar sobre o assunto é bastante complexo, porque design é pluralidade. No nosso dia a dia nos deparamos sempre com ele, seja em uma simples garrafa d’água, até as placas de sinalização. O design está tão implícito na nossa vida, que nem sempre reparamos nele, e isso e ótimo, sabia? O que importa no design é a sua função. Se atende às necessidades do público-alvo, está cumprindo seu papel. 

O que é um bom design?  

Quando utilizamos um aparelho que é novo para nós, porém seu uso é fácil e intuitivo, significa que o estudo da experiência do usuário por trás dele alcançou excelência para o consumidor, e isso é um exemplo de um bom design. O processo para realização de um bom design busca a simplicidade, mas é excepcionalmente importante que ele seja universal e atemporal. 

Então design não é marcado por tendências? 

Nós somos marcados por tendências. Utilizamos a moda não só para nos vestir, mas também para nos comunicar e isso claramente chega no design, mas é preciso muita cautela para que uma peça e/ou layout que siga as tendências não fique parada no tempo. Uma forma interessante de utilizar as tendências é na internet, onde tudo muda rapidamente e, quando você segue a comunicação daquele momento, consegue atingir as pessoas que estão lá. 

Na área editorial também é assim?

Depende do intuito do livro. Claro que busco referências do que está sendo publicado por outras editoras nacionais e internacionais, mas o projeto do livro educacional precisa ser atemporal e atingir a faixa etária indicada pelo editorial. Livros de design especificamente, ou livros-objeto, podem sim seguir as tendências com maior afinco.  

Mais uma frase do designer Paul Rand que faço bastante relação com o trabalho editorial é: “O casamento da forma e do conteúdo é realização do design”. É basicamente o que fazemos diariamente dentro de uma editora. Recebemos textos de autores excepcionais, que passam por uma curadoria excelente do time Editorial e a forma final é estudada e proposta pela área da Arte. 

Por que decidiu estudar design gráfico?

Quando decidi entrar na área da comunicação, estava em busca de um trabalho que me tirasse da rotina, mas não imaginava que existissem TANTAS possibilidades dentro do design gráfico. Cada projeto possui um novo desafio, estudo e direcionamento. Para o desenvolvimento de livros infantojuvenis, por exemplo, meu estudo vai desde as especificações técnicas da obra até a parte criativa do mesmo. Penso em todo projeto gráfico por trás daquele material, que inclui o tamanho da fonte para determinada idade, espaçamento das letras, cores, suportes, ilustradores (uma das minhas partes preferidas) e, por fim, trabalho na diagramação. Os livros infantis, especificamente, trazem um universo de possibilidades criativas, e eles acabam sendo uma peça de desejo para muitos profissionais. Fico muito feliz de ter chegado até aqui. 

Comente um pouco mais sobre trabalhar com design de livros.

O mais interessante de se trabalhar nessa área é que desenvolvemos aquilo que será importante para a formação de uma criança e de um jovem, um livro pode mudar o dia de uma pessoa, ou até mesmo a sua vida. É incrível participar disso! Quando penso que uma obra literária que trabalhei está entrando na casa de um aluno, professor e nas escolas, sinto que estou no lugar certo, a minha satisfação é pessoal, não só profissional. 

Por fim, trabalhar com design em si é complexo, ainda mais no mundo complexo em que vivemos. As possibilidades são inúmeras, e envolvem muita subjetividade também. Não existe uma resposta exata para cada projeto, mas existe um aprendizado contínuo por trás de cada processo. E ao contrário do que muitas pessoas devem pensar, design não é uma questão de aparência, mas uma ferramenta que utilizamos para obter soluções boas, criativas, funcionais e, até mesmo, inovadoras. 

Nathalia Laia

Nathalia Laia é designer de formação, mas desde cedo vê o mundo com um olhar criativo. Descobriu-se encantada pelo ramo editorial e segue se apaixonando e aprendendo com ele, todos os dias.

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