Por Alcy e Bel Linares - 05 dez 2018 - 2 min
Com grandes espaços para ilustração e textos mais curtos, às vezes uma ou duas frases por página, ou mesmo sem texto, o livro de imagem chegou para mudar não digo a literatura infantil, mas pelo menos a relação criança — livro. Antes dele, o adulto lia para a criança escutar, só as maiores podiam ler.
Adulto continua a ser importante na leitura, mas a criança, mesmo a menor, não alfabetizada, mas cativada pelas imagens — e estas lhe atiçam a imaginação — assume, ao folhear o livro, o protagonismo da construção da história, que mobiliza nela coisas pessoais e a leva a elaborar suas próprias fantasias.
Calcule-se a importância dessa conquista. Com a possibilidade de manusear o livro, um novo universo se abriu à criança, que passou a recriar enredos, inventar novas histórias, a partir das imagens e da própria contação do adulto, a ter autonomia no acesso ao livro. O mundo imagético se ampliou, possibilitando novo repertório para o faz de conta, para as interações entre as crianças e com os adultos.
A leitura pelo adulto e a contação de histórias bem conduzida — com envolvimento e participação da turma — desperta na criança o gosto pela leitura, a descoberta de gêneros diferentes e suas estruturas e características, ampliando o repertório de palavras e construção de frases. O livre acesso ao livro proporciona à criança revisitar a variedade de gêneros e enredos e o crescente domínio destes, ampliando o repertório de imagens e de narrativas.
Muitas vezes a única possibilidade de a criança ter contato com livros é na escola, vai daí que: