Quadrinhos nas escolas: a influência da HQ sobre o estímulo da leitura

Por Walter Vetillo e Eduardo Vetillo - 10 abr 2019 - 3 min

No fim do século XIX, o magnata da imprensa nos EUA, William Randolph Hearst, introduziu em seus jornais tiras em quadrinhos diárias, as comics, que logo caíram no gosto do leitor americano. Essa novidade na mídia escrita trouxe, posteriormente, novos cartunistas e o surgimento de sindicatos de quadrinhos, que passaram a exportar as tiras para vários países.

Essas tiras chegaram ao Brasil na década de 1930 e logo se tornaram revistas, os populares gibis, alcançando um crescimento vertiginoso nas décadas de 1940 e 1950. Depois, começaram a surgir editoras nacionais com lançamentos independentes e os tradicionais almanaques de fim de ano.

Atualmente, o mercado consumidor de quadrinhos está crescendo, com o surgimento constante de novos artistas e roteiristas, com eventos do setor em vários estados. A arte sequencial dos quadrinhos é uma forma didática atraente, que facilita a leitura do texto. Por isso diversas escolas brasileiras passaram a adotar adaptações das literaturas nacional e estrangeira para o aprendizado de seus alunos, com resultados promissores.

“Um país se faz com homens e livros”, como bem disse o autor brasileiro pré-modernista Monteiro Lobato, e os quadrinhos querem fazer e farão parte desse contexto.

Encantamento e Reflexão

As HQs provocam o encantamento e a reflexão, propiciando o mágico encontro entre roteiristas, ilustradores e leitores.

Quanto à interação de nosso livro, As aventuras de Mark Twain e Tom Sawyer, com os leitores e o modo de trabalhá-lo em sala de aula, gostaríamos de relatar nossa vivência em workshops com diversas escolas de nossa região.

gibis nas escolas

Pelo que observamos em relação ao interesse apresentado pelos alunos, foram experiências gratificantes. Eles interagiram fazendo várias perguntas, esclarecendo dúvidas e vibrando muito quando o Eduardo desenhava personagens ao vivo.

É importante observar que durante muito tempo as HQs ficaram esquecidas. Mas cerca de cinco anos atrás, finalmente, a ficha caiu, e os professores e educadores reconheceram que as crianças adoram as revistas em HQ. A partir daí, as editoras passaram a lançar muito mais livros em HQ, e o governo passou a destacar esse gênero literário em seus documentos oficiais.

Hoje, já está comprovado que as revistas em quadrinhos:

  • estimulam e despertam o hábito da leitura;
  • melhoram o aprendizado dos alunos, além de desenvolver a criatividade deles;
  • despertam o interesse dos alunos para a leitura de livros, pois infelizmente a maioria dos brasileiros ainda lê muito pouco.

Enfim, nossa intenção, desde o início de nosso trabalho, foi motivar os alunos ao estudo e, aos poucos, criar um conceito positivo, fazendo com que eles sejam agentes de mudança de hábitos e costumes, formando, assim, cidadãos comprometidos com sua comunidade, desde a infância até e idade adulta.

Esperamos que, por meio da leitura de nosso livro, os leitores se envolvam com a mesma intensidade com que nós, autores, nos envolvemos nesse clássico da literatura americana.

Walter Vetillo e Eduardo Vetillo

Walter Vetillo é natural de São Paulo e formou-se em Economia pela USP. Como redator de revistas e jornais, destacou-se pela conscientização ecológica do planeta e sua sustentabilidade. Roteirista de diversas revistas em quadrinhos, atualmente escreve e faz adaptações para livros didáticos e literários.

Eduardo Vetillo também é paulistano e formou-se pela Escola de Artes Visuais de Nova Iorque. Hoje, mantém seu próprio estúdio, de onde saem colaborações nos campos didáticos e literários para diversas editoras do país. Walter e Eduardo são irmãos e parceiros em suas produções.

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