De escritores e livros

Por Jorge F Santos - 24 nov 2021 - 7 min

Uma coisa é o escritor, outra coisa é o livro. Embora muitas vezes a crítica e o leitor comum confundam os dois, nunca é demais ressaltar que o autor e a obra são autônomos e que devem ser julgados pelas suas qualidades intrínsecas. Portanto, não se deve exigir coerência do escritor, mas analisar sua obra no contexto da narrativa e do momento em que foi criada.

Isso significa que o autor pode ser um reacionário confesso e construir uma obra inovadora, quando não, revolucionária. Por outro lado, pode ter um discurso engajado, pretensamente revolucionário e, contraditoriamente, escrever algo profundamente conservador. 

Afinal, onde estão os adeptos do Realismo Socialista imposto pelo regime soviético? Que contribuição eles prestaram aos cânones literários de uma Rússia que, antes deles, revelou gênios como Gogol, Tolstói e Dostoievski? Uma vez no poder, todo revolucionário se torna conservador e a maior prova disso foi o estalinismo.

A história está repleta de exemplos que comprovam a tese. É o caso do poeta norte-americano Ezra Pound e do romancista francês Louis-Ferdinand Celine. Ambos tinham convicções nazistas e, apesar disso, escreveram obras literárias à frente do seu tempo. O argentino Jorge Luís Borges, por sua vez, foi simpático à ditadura militar em seu país e, no entanto, tornou-se um dos maiores escritores de todos os tempos.

Politicamente correto

No Brasil, ninguém foi tão rotulado pela esquerda e pela direita quanto o dramaturgo Nelson Rodrigues. Acusado de reacionário e amigo dos militares, ele escreveu belas crônicas e criou uma obra teatral inovadora, incomodando não apenas os ditos progressistas, mas também os conservadores de plantão. 

Enquanto isso, o romancista baiano Jorge Amado foi um comunista de carteirinha, chegou a ser influenciado pelo Realismo Socialista, tornando-se um autor popular de livros importantes, mas que nada acrescentam à literatura universal. Ao contrário dele, o nada discursivo Guimarães Rosa construiu mineiramente uma das obras mais surpreendentes do século XX.

Na era das celebridades, um livro se torna best-seller muito mais em função do autor do que do conteúdo literário. Exceção para Ernest Hemingway. Embora tenha investido como poucos no marketing pessoal, ele escreveu contos e romances que mudaram os rumos da literatura. Atualmente, no entanto, se um escritor for politicamente correto, já terá, de cara, boa chance de fazer sucesso.

Por outro lado, se Chico Buarque assinasse José da Silva, provavelmente seus livros passariam em branco sobre a mesa da crítica. Não fosse ele um dos compositores mais geniais do país, talvez nem tivesse sido indicado ao Prêmio Camões. O mesmo pode ser dito sobre Bob Dylan, a propósito do Nobel por ele conquistado. Em ambos os casos, a fama pesou a favor. 

No livro A literatura em perigo, o historiador búlgaro Tzvetan Todorov dirige sua crítica aos professores universitários, que preferem ensinar métodos literários em vez de obras literárias. Segundo ele, “na escola não aprendemos o que falam as obras e sim o que falam os críticos”. Essa análise inspirou um interessante texto de Luiz Rebinski Júnior publicado no site Digestivo Cultural, evocando o inglês George Orwell – que já no seu tempo criticava o estruturalismo.

Questões subjetivas

Podemos constatar a maneira como muitas escolas trabalham os livros. A começar pela preparação para o ENEM, que obriga jovens literariamente imaturos a lerem calhamaços que fogem à sua compreensão para depois sabatiná-los com questões subjetivas. Eu mesmo já vivi a experiência de errar duas questões, de um total de três, sobre um texto de minha própria autoria incluído no vestibular da UFMG.

O resultado catastrófico da maneira como o sistema de ensino costuma lidar com a literatura pode ser medido por meio do tráfico de resumos, PDFs e cópias xerografadas dos livros adotados. O que se percebe é que a maioria dos estudantes está mais interessada em passar de ano ou em adentrar a universidade do que propriamente em saborear a leitura indicada.

É uma pena que isso ocorra, pois somente por meio da leitura de boas obras é que nos tornamos intelectualmente bem formados. Mesmo que a música, o cinema, o teatro e outras artes contribuam para o engrandecimento do espírito humano, somente por meio dos bons livros é possível alicerçar conhecimentos.

Em outras palavras, podemos afirmar que fora do livro não há civilização que se sustente nem indivíduo que se compreenda. Infelizmente, graças às ideologias, à mídia, às redes sociais e instituições de ensino, ainda confundimos autores e obras, livros e métodos críticos, leitura e análise de textos. 

A obra literária é quase sempre subjetiva, permite as mais variadas análises e só se completa depois de ser digerida pelo leitor. Este, por sua vez, descobrirá uma outra obra – e ainda outra – em futuras releituras. Esse é um dos fatores que fazem da literatura a mais admirável das artes.

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Jorge F Santos

Jorge Fernando dos Santos é de Belo Horizonte. Escritor, compositor e jornalista com 40 anos de carreira, publicou 45 livros em vários gêneros. Entre eles se destacam Palmeira seca (Prêmio Guimarães Rosa 1989 de romance, adaptado para teatro e minissérie de TV), Sumidouro das almas, Primavera dos mortos, Procura-se um fantasma e O rei da rua, todos pelo selo Atual, e também Reportagem mortal, pela Saraiva. Foi finalista do Prêmio Jabuti de 2014, com a novela juvenil Alguém tem que ficar no gol, e do Prêmio da APCA de 2015, com a biografia Vandré – O homem que disse não. Tem mais de 100 músicas gravadas com vários parceiros e escreve artigos semanais para a revista eletrônica domtotal.com, da Escola de Direito Dom Hélder.

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