Por Bruna Batista - 21 set 2020 - 4 min
Mudança e transformação são dois processos que se repetem em nossa vida. A mudança é um movimento que fazemos para manter o status quo, como as coisas estavam. A mudança não envolve tantas entregas. A transformação é que pede essa entrega – e, nesse momento de transformação para a educação, causado pela suspensão das aulas e o ensino remoto, precisamos nos entregar paras as novas ferramentas e métodos de dar aula. É o que expõe Gabriel Assis, diretor pedagógico da Escola INTEGRA, no webinário “Competências e habilidades dos professores para os novos tempos”.
O que podemos fazer para agirmos ativamente no nosso futuro e não deixar que ele apenas chegue e nos pegue de surpresa? Como podemos nos preparar para os caminhos inesperados que a vida segue? Essa e outras provocações são levantadas por Gabriel Assis em sua apresentação e nos fazem refletir sobre mudanças e transformações pelas quais passamos ao longo da vida. Trouxemos aqui alguns pontos importantes da exposição, confira!
Estamos passando por um período de grande angústia, ele explica. Entretanto, quem está encarando esse momento como uma mudança está sofrendo mais. Aceitar que as coisas da forma como conhecíamos já não existem mais, ajuda a entender que esse é um processo de transformação.
Portanto, estamos passando por um rompimento completo, a escola não vai ser a mesma porque as pessoas não serão as mesmas. Não encarar como transformação nos faz querer manter as coisas como eram antes – mas esse antes não existe mais. As práticas pedagógicas usadas no período pré-pandemia não são as mesmas que adotamos agora, no período de ensino remoto, e não serão as mesmas para o retorno presencial pós-pandemia.
Uma grande potência que as escolas detêm é a possibilidade de estabelecer relações entre pessoas e desenvolver o aprendizado em grupo. Entretanto, Gabriel chama atenção para um ponto: como podemos estabelecer relações de qualidade com o outro, se ainda não desenvolvemos ferramentas para estabelecermos uma relação de qualidade com nós mesmos?
Por isso, ele incentiva o desenvolvimento do autocuidado e autoconhecimento antes de tudo. Aos professores, essa compreensão sobre tratar a si mesmo com carinho e compaixão, é fundamental no período de aulas remotas, novos aprendizados e dificuldades no desenvolvimento do ensino. Hoje, tudo é novidade. Não é justo com você mesmo se comparar com o período anterior ou se comparar com colegas e outros professores que não vivem a mesma realidade e as mesmas dificuldades que você.
Em sua palestra a pesquisadora Kristin Neff, fundadora do Programa “Mindful Self-Compassion”, explica as características essenciais da autocompaixão e da autocompreensão e afirma que, às vezes, demoramos a perceber que estamos sofrendo por alguma coisa e somos nós que podemos aliviar esse sofrimento.
Quando temos um problema, pensamos primeiramente em resolvê-lo porque não queremos mais um problema em nossas vidas, mas não paramos para considerar a carga emocional que estamos levando. Nós precisamos de tempo para processar as coisas, e às vezes não nos damos esse tempo.
Portanto, o que tanto Gabriel Assis quanto a pesquisadora Kristin Neff nos dizem é que devemos parar um pouco e pensar em nós e em nosso bem-estar com mais cuidado. Estar bem mental, física e emocionalmente, lidar bem com nós mesmos, nos ajuda a lidar melhor com as outras pessoas. A relação que temos conosco reflete nas relações que estabelecemos com as outras pessoas.
O processo de transformação ao qual os profissionais da educação foram submetidos durante a pandemia e a suspensão das aulas trouxe desconforto e exigiu que novas habilidades fossem desenvolvidas. Como lidar com esses desafios? A exposição de Gabriel Assis foi sobre as capacidades e desenvolvimentos internos que podemos conquistar para lidar melhor com essa situação.
Assista ao webinário completo acessando o link abaixo: