Por Coletivo Leitor - 13 jul 2020 - 7 min
A musicalização do ensino contribui para a sensibilidade das crianças e para a sua capacidade de concentração, além de propiciar benefícios no processo de alfabetização. Inserir canções no ensino auxilia no processo de estímulo intelectual e no desenvolvimento cognitivo. O livro Canteiro – músicas para brincar, que está há nove anos no catálogo da editora Ática, é um sucesso entre educadores de todo o país por ser um material bastante completo para ensinar por meio da música.
Recentemente, a autora, Margareth Darezzo, fez uma live a convite do Coletivo Leitor e da Somos Educação. Na apresentação, Margareth explicou como surgiu o livro e deu diversas dicas sobre como trabalhar o gênero musical nas aulas para crianças de todas as idades. Neste artigo, trouxemos alguns pontos interessantes tratados pela autora.
Margareth conta que começou a criar suas músicas para auxiliar nos conteúdos ensinados em sala de aula e que sempre gostou de elaborar atividades criativas, que fugissem do tradicional. A influência musical veio de sua mãe, sua primeira grande professora, que lhe dava aulas de piano. Ela conta que, em suas aulas, percebeu que trabalhar com música criava um ambiente diferente na sala de aula.
Para criar as canções, ela se baseava no planejamento pedagógico e compunha cada uma delas pensando em uma aula ou atividade específica. Por isso suas músicas são tão úteis para muitos educadores, afinal, ela sempre levou em conta o padrão curricular nacional e toda a documentação que rege a educação. Foram praticamente 20 anos com essa prática de criar canções e usá-las em sala de aula. Ao longo desses anos, a autora reparou que as canções davam muito certo.
Foi por influência do músico Pichu Borrelli, hoje, seu marido, que Margareth se atentou na possibilidade de gravar suas músicas e espalhá-las para os educadores e ver o que eles achavam. Cada música havia sido testada em sala de aula, portanto, as canções selecionadas para compor o livro Canteiro traz exatamente o que funcionou em todos os seus anos de experiência.
Na obra, existe uma parte de teoria musical muito importante que agrega ao ensino e aprendizagem das crianças. Pichu, com seu conhecimento e formação musical, agregou bastante ao trabalho e trouxe para a obra mais informações de educação musical. Portanto, só de a criança estar exposta a esse arranjo musical existe uma introdução à formação musical.
Uma preocupação muito importante do músico era de que as canções fossem aquilo que a criança gostaria de ouvir, mas que a escola e a família também quisessem ouvir junto. Dessa forma, as canções poderiam ser levadas para dentro da escola e de casa.
Quando lançado, o Canteiro recebeu um suplemento do professor com os temas transversais trabalhados nas músicas, sugestões de atividades para fazer com as crianças e a contextualização das canções. Além disso, ao final de cada música há uma seção chamada “escute”, em que Margareth dá dicas de como trabalhar a música de forma ainda mais divertida.
Na live, a autora também dá alguns exemplos de atividade e como o professor pode incentivar os aulos a cantarem junto e se divertirem.
O livro e as canções foram pensados para ser trabalhados em sala de aula também por professores que não tocam instrumentos, basta colocar o CD para rodar. Margareth diz que o segredo do Canteiro é que a obra pode ser adaptada para várias idades e diferentes disciplinas, basta que o educador tenha criatividade.
Na música “Vida de bicho”, por exemplo, fala-se do habitat dos bichos e respeito ao espaço dos animais. Margareth incentiva as crianças a fazer o barulho dos animais e, então, o aprendizado se torna uma brincadeira.
Outra música citada por Margareth é “Os ovos da galinha” em que é possível trabalhar temas relacionados à alimentação e os seres vivos, além do estudo de quantidades, passando pelos temas transversais de meio ambiente e saúde. No livro, explica-se a paisagem sonora da canção, que começa com o dia amanhecendo e a galinha botando seu ovo, enquanto a cidade comemora. Chamar a atenção da criança para esses elementos ajuda a construir uma percepção auditiva.
Uma maneira lúdica de ver a alfabetização musical, criada pela arte-educadora Margareth Darezzo. O livro, cheio de surpresas interativas, traz um CD com 15 canções, que tratam de temas importantes, como aceitação das diferenças e preservação da natureza. Cada canção é acompanhada de uma brincadeira e um exercício de sensibilização musical – além da letra da música para a criança acompanhar. O volume traz ainda informações sobre instrumentos, compositores e ritmos.
Quem não se lembra da música de “Boi da cara preta”? Ou da letra de “Ciranda, cirandinha”? Intemporais, as cantigas continuam emocionando diversas gerações, pois cantar ainda é uma das brincadeiras mais divertidas para as crianças (e para os adultos também). Quem canta seus males espanta vem com páginas coloridas em papel couché e acompanha CD com 73 músicas infantis que resgatam o melhor do folclore brasileiro. Um livro para unir gerações.
Após o grande sucesso de Quem canta seus males espanta 1, lançamos o segundo volume que, além das letras de músicas infantis tradicionais e parlendas, agora inclui trava-línguas e adivinhas. Com capa cartonada e páginas coloridas em papel couché, o livro é acompanhado de um CD com essas canções inesquecíveis.
Utilizar canções e textos com ritmo tanto na Educação Infantil quanto no Ensino Fundamental é uma fórmula de sucesso para captar a atenção dos pequenos. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento que rege os currículos da Educação Básica em nosso país, fala sobre o uso de canções para o ensino de bebês, crianças pequenas e adolescentes. As canções, assim como a literatura, fazem parte da área de Linguagens da BNCC.
As práticas de Linguagem da Língua Portuguesa são organizadas por campos de atuação e um deles é o campo artístico-literário. Para saber mais leia nosso e-book: