Assista ao depoimento de Ana Maria Machado, membro da Academia Brasileira de Letras, ganhadora do prêmio internacional Hans Christian Andersen, o Nobel da literatura infantil. Em uma série de seis curtos vídeos, a escritora fala da inesgotabilidade de sentido do texto literário; problematiza a ideia de uma literatura especificamente “infantil”; refere-se à leitura como uma experiência sensorial completa, entre outras coisas. O depoimento foi colhido no final de 2019, ano em que Ana Maria comemorou 50 anos de carreira.
“A literatura tem que criar beleza, de uma maneira nova e provocadora, com palavras, sem se preocupar especificamente com o infantil.”
Ana Maria Machado fala sobre seu compromisso com a experimentação ao longo dos 50 anos de carreira, de seu apreço pela linguagem brasileira, coloquial. A autora também discorre sobre os “submundos” da literatura.
Qual a mensagem do livro? Para Ana Maria Machado, tal questão revela incompreensão sobre a inesgotabilidade de sentidos da obra de arte. Os livros não têm uma mensagem, mas muitas, que variam de leitor para leitor e até para um mesmo leitor ao longo do tempo.
A escritora defende uma visão da literatura infantil em que o adjetivo “infantil” não tem valor restritivo: trata-se de uma literatura que é também para crianças, mas não exclusivamente. Ela também fala de seu primeiro livro de poemas, Sinais do mar, publicado originalmente em 2009.
Ana Maria fala de sua relação com a pintura e com os ilustradores. Em seguida, comenta obras contemporâneas da ficção brasileira que tematizam o período da ditadura militar.
A autora discorre acerca da mediação da leitura, fala sobre a diferença entre ler em voz alta e interpretar como um ator, e sobre o potencial dos audiobooks.
Recuperando a ideia de “prazer do texto”, do filósofo francês Roland Barthes, Ana Maria Machado reflete sobre os equívocos em torno da ideia do prazer da leitura.